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Uma história de reencontro – Após 48 anos separadas, mãe encontra filha

Maria Ivone Ferreira Costa que é de família clevelandense e hoje reside em Bombinhas-SC, conseguiu localizar uma das filhas que procurava há décadas com a ajuda da escrevente Alaides Rey do Amaral, do Cartório Civil, a filha Josiane de Fátima Moroski hoje mora em Limeira-SP.

Na década de 70, dona Maria Ivone, seu ex-marido e três filhos residiam em Clevelândia, em busca de novas oportunidades eles mudaram em 1974 para a cidade de Mafra-SC para trabalhar em uma ervateira, lá, longe dos familiares, dona Maria sofreu muito pois o ex-marido que hoje já é falecido, era alcóolatra e a agredia fisicamente quando estava sob efeito da bebida, com medo de morrer após ser ameaçada, ela se viu sem outra opção que não fosse fugir, porém a mãe não conseguiu sair de lá levando os três filhos, apenas o bebê de colo foi com ela e ficaram para trás as filhas Josiane com quatro anos e Adriane com dois. A intenção da dona Maria sempre foi voltar para buscar as filhas, mas quando teve esta oportunidade descobriu que seu ex-marido tinha doado as meninas para duas famílias diferentes, ela passou então a procurar pistas para localizar as filhas e descobriu que Josiane já estava com outra família na cidade de Três Barras-SC, mas com os recursos disponíveis na época a mãe não conseguiu localizá-la; a família que estava criando Adriane, que também trabalhava na mesma ervateira que o pai das meninas, já havia ido embora sem deixar o novo endereço, de lá para cá se passaram 45 anos, dona Maria constituiu outra família, mas sempre carregou consigo a dor de não ter por perto as duas filhas mais velhas, “Há 45 anos procurávamos por minha irmã, cresci ouvindo minha mãezinha falar (dela) com tristeza nos olhos, voz engasgada e com lágrimas nos olhos muitas vezes.” escreveu Ju Costa, filha da dona Maria, no relato do encontro da irmã Josiane.

Como foi possível localizar Josiane

Maria Ivone Ferreira Costa é de família clevelandense, muitos dos seus familiares residem aqui até os dias atuais, e ela, sempre que pode vem visitá-los, foi em uma dessas visitas em meados de agosto deste ano, que ela foi ao Cartório Civil de Clevelândia e através da data de nascimento a escrevente Alaides Rey do Amaral conseguiu localizar o registro de nascimento da Josiane e também alguns dados que davam como pista que ela podia atualmente residir no estado de São Paulo, rapidamente Kelly Böcker, cunhada da dona Maria começou uma incansável busca virtual pelas redes sociais direcionadas para a região de Campinas-SP, e logo Josiane foi encontrada, residindo atualmente na cidade de Limeira-SP, Kelly entrou em contato com ela e assim confirmaram que ela era sim a filha mais velha da dona Maria.
“Na verdade, acho que ainda não caiu a ficha direito, a única coisa que eu sabia, era que minha mãe tinha me abandonado, eu e minha irmã e tinha levado só meu irmãozinho. Meu pai nem tocava no assunto e eu era muito pequena, também nunca questionei. Os anos foram passando e eu sempre quis saber de meus irmãos, mas não tinha nem uma pista, nem nomes, já que meu pai falou que tinha dado minha irmã, e a família tinha ido embora.
Foi realmente uma surpresa muito grande quando recebi a ligação da cunhada da minha mãe, que foi falando da minha vida como tudo tinha acontecido, na verdade foi um choque pra mim, mas graças a Deus estou muito feliz, e ansiosa pra encontrá-los pessoalmente.”
, escreveu Josiane para o Clevelândia Online.
A partir do reencontro, mãe e filha que estão há quase 800km de distância uma da outra, se falam todo dia por chamada de vídeo, “Todos esses anos de minha vida sempre fui tão sozinha em relação a família, minha família sempre foi meus filhos, tenho 5 filhos maravilhosos, e eles estão muito feliz e vão comigo pra reencontrar minha mãe e meus irmãos.”, contou Josiane se referindo ao encontro físico da família que já está previsto para o próximo dia 07.

E Adriane, onde está?

Na mesma ocasião em que os dados da Josiane foram localizados no cartório, a escrevente buscou também por informações sobre a Adriane, mas infelizmente não localizou nada, a mãe das meninas, dona Maria que hoje já está com 73 anos, não se recorda com precisão mas suspeita-se que Adriane não havia sido registrada até o momento em que a mãe saiu de casa, é possível que ela tenha inclusive outro nome que tenha sido registrado pela família que a criou. As únicas informações que podem ajudar a localizá-la são as memórias da dona Maria, ela relata que a ervateira que também era o local em que ela e a família residiam na cidade de Mafra-Sc em 1974, ficava no interior e que próximo a ervateira tinha um restaurante e um hotel, com estas informações a Kelly, conseguiu levantar com moradores de Mafra e região, através das redes sociais que a ervateira na época podia se chamar Tupan, e que estava localizada na Vila Ivete, próximo a rua Blumenau, a família que primeiramente pegou a Adriane para criar também morava nesta ervateira, talvez ela não tenha ficado até a idade adulta com a mesma família, pois a Josiane mesmo passou por várias famílias até os oito anos de idade, mas, localizando informações sobre a primeira família talvez seja mais fácil descobrir onde Adriane está hoje.
A família segue em busca para que a alegria da dona Maria Ivone seja completa, podendo rever as suas duas filhas.

Alaides Rey do Amaral, a escrevente que teve participação no reencontro de mãe e filha, nos relatou que não é raro que as pessoas procurem o cartório para tentar localizar alguém, ela diz que já se deparou com situações semelhantes, mas que nem sempre é possível localizar alguém com este tipo de busca “Quando não consigo ajudar, aconselho essas pessoas a entrar em contato com os meios de comunicação e Redes Sociais. Eu mesma uso muito isso como ferramenta de trabalho e quase sempre obtenho êxito.” disse ela complementando que já atendeu casos de filhos adotivos tentando localizar os pais biológicos, mas que essas são questões mais delicadas de buscar.
Quanto a busca da dona Maria Ivone, Alaides declarou “Fiquei muito feliz em ajudar. Sabe se tem uma coisa que aprendi é que o trabalho dignifica a pessoa, mas não faço meu trabalho só por fazer, faço por que me sinto satisfeita e aí está a recompensa. Me sinto feliz em ver outros felizes.”

Por Aline Meyer – Clevelândia Online