Associação Clevelandense de Idosos reabre após quase três anos sem atividades
As portas da ACI novamente se abriram na tarde da quarta-feira, 28, para receber os seus associados que foram recepcionados pela nova diretoria e pelo padre José Maria que celebrou uma missa de reabertura em memória e homenagem aos idosos que faleceram no período da pandemia, após a missa todos confraternizaram com um delicioso coquetel.
A entidade não promovia encontros desde o início da pandemia para obedecer as medidas de prevenção do covid 19 e preservar seus idosos, porém quando a taxa de contaminação abaixou e as medidas de restrição foram flexibilizadas outros dois importantes pontos contribuíram para que a associação permanecesse fechada por aproximadamente 10 meses, o primeiro foi na questão emocional, pois no período de fechamento 43 sócios acabaram falecendo, alguns de covid, outros em decorrência dos mais diversos problemas de saúde “Eu estava no plantão e via os meus idosos, amigos e companheiros da associação de muitos anos, sendo entubados e infelizmente muitos falecendo, a tristeza que tomou conta de mim me fazia sentir como em um luto eterno, muitos se foram e eu não tinha forças para prosseguir.” comentou a atual presidente da ACI Lúcia Ferri, que já trabalha na coordenação da entidade há décadas e no período da pandemia era funcionária pública exercendo suas funções no plantão médico da cidade; numa breve conversa com os associados ela relatou ainda que, após a pandemia, tendo contato aos poucos com os demais integrantes da associação, e, sentindo e ouvindo deles sobre a vontade de retomar os encontros, começou a ser encorajada juntamente com os demais companheiros que ainda sofriam o luto com muita intensidade “nós entendemos que jamais vamos deixar de amar e sentir saudades deles (dos que faleceram), mas que precisamos viver o hoje com os que estão aqui, tenho certeza que retomar os nossos encontros também seria a vontade deles.“ disse.
O outro impedimento que a associação tinha para reabrir era na área financeira, visto que a entidade não tem ligação com órgãos governamentais e mantém toda a estrutura da sede própria exclusivamente com as mensalidades que são de um valor simbólico e através do lucro obtido com eventuais promoções, no período em que ficou fechada a associação acumulou dívidas de impostos e contas de consumo como água e energia, além disso era necessário realizar reparos no local e obter uma nova licença do Corpo de Bombeiros, o que somado faria da dívida um grande problema, mas assim que tomaram um novo ânimo para reabrir, os associados compuseram através de eleição por aclamação uma nova diretoria que realizou o levantamento das principais necessidades “um sócio fundador que também é padrinho da associação há muitos anos, se propôs a quitar as dívidas de impostos e contas de consumo, outro sócio doou os novos extintores, algumas sócias doaram as lâmpadas, caixas de descarga, materiais de limpeza, tempo e mão de obra para limpar e organizar, e graças aos esforços deles, hoje estamos reabrindo.” comentou Lúcia, explicando como foi o processo de organização para retomada das atividades.
Por Aline Meyer – Clevelândia Online.