Greve dos caminhoneiros – A luta continua
Na noite de ontem, (24), o Governo Federal anunciou que após seis horas de reunião com representantes da classe dos caminhoneiros, chegaram ao acordo que suspenderia a greve de proporção nacional por quinze dias.
Assim como na maioria dos pontos de manifestações pelo Brasil, os grevistas de Clevelândia afirmam que seguirão firmes na luta, e que embora o governo tenha se empenhado em buscar uma solução, a proposta apresentada não traz benefícios e garantias significativos à classe.
Em Clevelândia a greve já dura cinco dias e vem ganhando força através do apoio da população e de outras classes trabalhadoras, nesta sexta-feira deverão somar-se ao grupo que bloqueia o Trevo do Portal, os indígenas da Aldeia Alto Pinhal e da escola indígena Nitotu e a Associação dos Professores Municipais, grupos que já vem apoiando a luta desde o início da greve.
Uma passeata está sendo organizada pelos comerciantes da cidade e deverá sair do centro às 16h em direção ao mesmo trevo, a Associação Comercial que também apóia a greve conseguiu uma autorização para que os estabelecimentos fechem suas portas as 14h em apoio as manifestações, não sendo de adesão obrigatória, mas sim um convite aos comerciantes.
Representantes dos caminhoneiros de Clevelândia reclamam que há empresas que estão driblando os pontos de bloqueios e realizando entregas em estabelecimentos comerciais durante a noite. “Nós estamos fazendo um apelo à quem está recebendo mercadoria escondido, pra que não receba mais, pra conseguirmos resultados precisamos da colaboração de todos. A nossa luta é por todos e as pessoas precisam entender que o sacrifício de agora é para garantir melhorias amanhã. ” afirmou um caminhoneiro.
Confira a proposta do governo federal:
1.Reduzir a zero a alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), em 2018, sobre o óleo diesel;
2.Manter a redução de 10% no valor do óleo diesel a preços na refinaria, já praticados pela Petrobras, nos próximos 30 dias, com compensações financeiras da União à Petrobras;
3.Assegurar a periodicidade mínima de 30 dias para eventuais reajustes do preço do óleo diesel na refinaria;
4.Reeditar, no dia 1º de junho de 2018, a Tabela de Referência do frete do serviço do transporte remunerado de cargas por conta de terceiro e mantê-la atualizada trimestralmente;
5.Promover gestão junto aos estados da federação para implementação da isenção da tarifa de pedágio sobre o eixo suspenso em caminhões vazios;
6.Editar medida provisória, em até 15 dias, para autorizar a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a contratar transporte rodoviário de cargas, dispensando-se procedimento licitatório, para até 30% de sua demanda de frete, para cooperativas ou entidades sindicais da categoria dos transportadores autônomos;
7.Não fazer a reoneração da folha de pagamento das empresas do setor de transporte rodoviário de cargas;
8.Requerer a extinção das ações judiciais propostas pela União em razão do movimento dos caminhoneiros;
9.Informar às autoridades de trânsito sobre a celebração do acordo para instrução nos eventuais processos administrativos instaurados em razão do movimento;
10.Manter com as entidades reuniões periódicas para acompanhamento do cumprimento dos termos do acordo, com o próximo encontro em 15 dias;
11.Buscar junto à Petrobras oferecer aos transportadores autônomos livre participação nas operações de transporte de cargas como terceirizados das empresas contratadas pela estatal;
12.Solicitar à Petrobras que seja observada a resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em relação à renovação da frota nas contratações de transporte rodoviário de carga.