MEMÓRIAS EM CHAMAS
Olá, meus leitores, aqui estou novamente. E estou triste. Muito triste. Na verdade de luto, como milhares de brasileiros amantes da arte e da história. Da rica e bela história do nosso país.
Lágrimas, impossíveis de não serem derramadas, saíram de nossos olhos na noite do último domingo, 02. Mas o que realmente aconteceu? Ainda não sabemos. O que temos a nítida certeza é que mais de 200 anos de história foi queimada. Queimada em chamas. Chamas que representam a péssima administração cultural que nosso país tem.
O saudoso museu, queimado no último domingo, foi criado em 1818, por D. João VI. Completou 200 anos em junho. Uma bela comemoração, em um local que tinha mais de 20 milhões de itens históricos, como coleções de arqueologia, zoologia, botânica, antropologia, geologia, e tantas outras.
Estamos na Semana da Pátria. Mas o que temos para comemorar? O Museu Nacional (que pelo nome deveria ser mantido pelo Ministério da Cultura) queimou uma vasta história, desde o Império. Queimou e entristeceu quem a história e a arte, ama.
E a política, parece-me, agora resolveu falar de cultura, desde domingo à noite. Ora, momento oportuno, não é mesmo? Tem até um “pseudocandidato” a presidência que disse aos quatro ventos que “reerguer o Museu Nacional é o seu principal objetivo caso eleito”. Curioso, se não fosse trágico.
Comemoramos nesta sexta-feira a independência do nosso país… mas comemorarmos exatamente o quê? Temos uma cultura cujos governantes não a veem como merece; de uma educação pública falha, pois como bem sabemos, para que educar se o melhor é manter o povo sem conhecimento, para assim, ser melhor de manipulá-lo? E o que dizer da independência da nossa saúde pública? O caos, até o dia que um “grande” precise usar o SUS, aí talvez, as filas não existirão mais. E quanto à violência? Passa ano, passa eleição, só não passa a violência em nosso país do coração…
É tanta indignação que não cabem nessa crônica, não…
Mas o Museu Nacional? Agora não existe mais. O que temos são apenas paredes, que segundo a defesa civil não desmoronarão. Mas de que adianta, aquelas paredes imponentes, erguidas, se o principal, o que lá dentro havia, a história ali contida, virou apenas cinza?
A fumaça e as chamas que vimos domingo à noite é a metáfora vergonhosa do Brasil em que vivemos. Um país onde a corrupção está em primeiro lugar. A violência, logo ali, e o povo? Bem, o povo continua discutindo e defendendo bandidos, lunáticos, nas redes sociais.
Bom feriado a todos, ao menos, pelo descanso o 07 de setembro está valendo.
Patriotismo? Mas e as chamas do Museu Nacional? E a corrupção sem igual?
Até a próxima!