Asfalto na PR-912 garante novos tempos a Coronel Domingos Soares
Governo do Estado investiu R$ 59,8 milhões na rodovia, uma das quatro do Estado ainda sem pavimentação. Estrada é rota importante para a indústria da madeira do Centro-Sul e Sudoeste.
Os 27,1 quilômetros que separam Palmas de Coronel Domingos Soares, na região Sudoeste do Estado, recebem pavimentação, obra que atende a uma reivindicação histórica da comunidade de sete mil pessoas da pequena cidade. O asfalto garante novos tempos ao município, que tem pouco mais de 20 anos e é um dos quatro do Paraná ainda sem conexão asfáltica. Com a pavimentação, os moradores poderão, finalmente, utilizar uma rodovia asfaltada para saída e retorno à cidade.
A rodovia é a PR-912 e a expectativa com a obra é mudar a paisagem da região, composta basicamente por plantações de pinus e eucalipto, inclusive com a atração de novos negócios. Essa é uma rota importante para a indústria da madeira e beneficiamento de celulose das regiões Centro-Sul e Sudoeste, com conexões com a PRC-280, principal corredor de exportação da divisa entre o Paraná e Santa Catarina.
“O Paraná será um hub logístico da América do Sul e infraestrutura é fundamental dentro desse planejamento. Essa estrada ajudará a região a crescer e responde a uma demanda antiga de modernização”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “A pavimentação vai transformar a realidade do município de Coronel Domingos Soares e se enquadra dentro da agenda de desenvolvimento sustentável do Estado”.
Os R$ 59,8 milhões investidos pelo Governo do Estado na PR-912, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), vão resolver essa pendência ainda neste ano. O trecho terá pista simples, sistema de drenagem, sinalização vertical e horizontal e acostamento dos dois lados da rodovia, além de melhorias ambientais.
A obra conta, ainda, com uma ponte de concreto armado de 123,9 metros de comprimento sobre o Rio Chopim, com custos adicionais de R$ 6 milhões. Ao todo, a intervenção alcança quase R$ 70 milhões.
“Essa obra é uma reivindicação antiga. A rodovia foi estadualizada em 2012, mas continuava com estrada de chão. Com o asfalto teremos mais condições para negociar com as empresas a utilização da área industrial da cidade e vamos baratear o custo operacional do transporte, que encarece até mesmo os produtos dos supermercados locais”, afirma a prefeita de Coronel Domingos Soares, Maria Antonieta Almeida. “É uma cidade que cresce aos poucos, e vamos expandir ainda mais a partir do ano que vem”.
A ESTRADA – A PRC-912 tem nome e sobrenome (Dom Agostinho José Sartori, ex-presidente da Conferência dos Capuchinhos do Brasil e figura célebre da comunidade religiosa de Palmas), mas costumava frequentar o noticiário apenas com alcunhas pejorativas, fruto do excesso de buracos, acidentes, insegurança e carros enguiçados.
“Era uma estrada primária, de cascalho, e quando chovia invariavelmente virava um atoleiro. Não dava para transitar a mais de 40 km/h. É um trecho curto, mas que não dava para fazer em menos de uma hora”, afirma Marcus Vinicius Talamini, engenheiro do escritório regional do DER/PR em Pato Branco. “Com o excesso de buracos e de pedras havia muitos casos de carros fervendo, pneus furados e problemas de motor. Essas cenas não vão mais acontecer”.
O asfalto está sendo implantado a partir do final da Avenida Araucária, em Coronel Domingos Soares, até o encontro com a PR-449, a 1,5 quilômetro do trevo principal de Palmas. Segundo as medições do começo de junho, cerca de 60% das obras já foram realizadas.
O primeiro trecho, próximo a Palmas, era considerado o mais crítico. A intervenção passou por eliminar um morro que, segundo moradores e empresários que atuam na região, “ninguém subia, até caminhão patinava”.
Esses quilômetros e as obras urbanas em Coronel Domingos Soares, inclusive com pista dupla, projeto paisagístico com canteiro central, ciclovia e calçamento, estão basicamente resolvidos, restando apenas a sinalização horizontal e o acabamento.
O trecho com mais obras é o miolo, onde ainda há intervenções de limpeza da margem, terraplanagem, operações com maquinário pesado e a fixação da base que antecede o asfalto convencional (CBUQ) que é parte da obra. Mesmo no coração da PR-912, no entanto, já há asfalto suficiente em uma das pistas para auxiliar o trânsito de carros leves e os caminhões de até 70 toneladas que transitam na região.
Os recursos para pavimentação são fruto de um financiamento do Governo do Estado junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Houve regularização predial de cerca de 40 propriedades ao longo da rodovia com desapropriações e, depois da modernização, o novo limite de velocidade será de 80 km/h. A obra iniciou em julho de 2018 e o pico da operação chegou a gerar 160 empregos diretos, mas a média ronda 80 empregos.
A PONTE – A nova ponte sobre o Rio Chopim também está sendo construída com recursos do BID e exatamente ao lado da ponte de uma única pista que dá acesso à Vila Estrela, uma comunidade de funcionários da empresa de mesmo nome no caminho.
Serão 123,9 metros de comprimento por 14,15 metros de largura, com duas faixas, dois acostamentos e espaço exclusivo para passagem de pedestres e ciclovia. Ela também será 2,10 metros mais alta que a ponte rudimentar, que será desabilitada. Essa obra tem previsão de término até o fim do ano, concomitante com a estrada.
A ponte terá quatro grandes apoios no Rio Chopim e a previsão é de começar as fundações dentro de um mês, em paralelo com a estruturação das vigas e travessas. O leito do rio não vai ser estancado com a utilização do método de tubulão a ar comprimido.
Fonte e fotos: AEN