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Bombeiros reforçam alertas para evitar queimadas

Desde o começo do inverno foram 4.140 casos, o que representa 57,9% do total de queimadas registradas no ano. O CB reforça o trabalho preventivo e de comunicação em todas as suas regionais.

O Corpo de Bombeiros do Paraná reforçou o trabalho preventivo e de comunicação que desenvolve em todas as suas sedes regionais sobre os cuidados para evitar incêndios. O inverno é o período do ano que costuma registrar aumento no número de queimadas nas vegetações em função do clima seco, falta de chuvas e ventos fortes.

No Paraná, foram 7.142 registros em 2019, aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado, com 5.985. Desde o começo da estação foram compilados 4.140 casos, o que representa 57,9% do total. Esse número quase iguala o total de registros em todo o inverno de 2017 (4.473 casos) e ultrapassa 2018 no mesmo período (3.698 casos).

Segundo o Sistema Digital de Dados Operacionais do Corpo de Bombeiros do Paraná (SYSBM-CCB), foram 20.449 incêndios entre 1º de agosto de 2017 e 31 de julho de 2019 (registro consolidado dos últimos 24 meses). A média é de 28 por dia, mas com picos de até cem casos. Os dados envolvem incidentes de proporções variadas (pequena, média e grande) e que acontecem dentro das cidades ou em áreas rurais e rodovias.

Em função dos números, o Corpo de Bombeiros alerta que os danos ambientais podem ser irreversíveis. “Trabalhamos de forma preventiva, sempre alertando a população sobre os cuidados necessários para evitar novos incêndios. E principalmente lembrando que terrenos baldios não são lugares para depositar lixo e que eles não devem ser queimados, o que inclusive é proibido e configura crime ambiental”, afirma a capitã Rafaela Diotalevi.

De acordo com os Bombeiros, os incêndios ambientais mais comuns são causados por fatores naturais (incidência de raios e combustão espontânea) ou pela ação do homem (queimadas para limpeza de áreas de plantio, fogueiras, incêndios criminosos ou lançamento de bituca de cigarro em local inapropriado).

“Temos uma preocupação muito grande com lixo e também com bituca de cigarro nas rodovias porque pode iniciar um incêndio de grandes proporções ou acidentes secundários devido ao acúmulo de fumaça e perda da visibilidade”, reforça a capitã.

TEMPO SECO – O Paraná possui uma vasta área destinada agricultura e também uma grande parte de Mata Atlântica preservada, que nas estações mais frias do ano sofrem com diminuição significativa das chuvas – a estiagem. Neste período o solo e os vegetais ficam mais secos, propiciando de forma mais facilitada o início de um foco de incêndio.

“Algumas regiões não recebem chuvas significativas há mais de um mês. Principalmente mais ao Norte. Esse inverno tem sido bastante seco em termos gerais, é uma característica de presença de massas mais secas que impedem o avanço de frentes frias, e, com pouca umidade, elas não conseguem produzir chuva”, destaca o meteorologista Samuel Braun, do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná).

Segundo ele, a tendência é de que esse sistema se mantenha pelo menos até a primeira quinzena de setembro, já na reta final do inverno. “Devemos voltar a ter chuvas mais significativas em setembro, mas os sistemas mais fracos vão permanecer até lá”, completa.

COMO EVITAR – Segundo o Corpo de Bombeiros, para evitar as queimadas é importante não queimar o lixo, optando, sempre, pelo descarte no lugar indicado; não jogar cigarro próximo à vegetação; não fazer fogueiras em áreas verdes; não soltar balões; e procurar outros métodos para limpeza de terreno e renovação de pastagem, com apoio dos órgãos públicos interessados. Em caso de incêndio, a população deve ligar para o telefone 193 com urgência. Há equipes disponíveis 24 horas por dia para atender as demandas.

Os bombeiros também alertam que as principais consequências das queimadas são emissões de gases tóxicos que prejudicam o meio ambiente e a saúde humana; problemas de saúde como infecções do sistema respiratório e desordens cardiovasculares; além de efeitos psicológicos, despesas econômicas e redução da produtividade.

Fonte: AEN


Juliano Meyer

Repórter Fotográfico e Cinematográfico MTB/0012683/PR