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CLEVELÂNDIA, CIDADE MÃE, 126 ANOS DE HISTÓRIA

Clevelândia, terra mãe, deste grande lugar, surgiram outros tantos municípios, dando-lhe o nome de Mãe do Sudoeste do Paraná. E são tantas as histórias que estes 126 anos nos oferecem…

A rica história de nossa amada Clevelândia confunde-se com a história de nosso imenso Brasil. Durante a Guerra do Paraguai, existia nos Campos de Palmas de Baixo, onde hoje se localiza o município de Clevelândia, um contingente da Guarda Nacional, para a guarnição da fronteira. Com o passar dos anos e devido ao movimento das tropas desse contingente foi se transformando num pequeno povoado. O ano de 1860 é o ano de início de povoamento de nossa cidade. Temos Hermógenes Carneiro Lobo, o primeiro povoador que se tem conhecimento, e posteriormente vieram Coronel Manuel Ferreira Bello e José de Lima Pacheco.

Em 16 de outubro de 1887 o povoado foi elevado à categoria de Freguesia, com a denominação de Boa Vista de Palmas. Os limites entre Brasil e Argentina sempre foram um grande problema. Em 1889 foi assinado por ambos os países o Tratado de Arbitramento, e como o árbitro não poderia ser nem argentino nem brasileiro, escolheram o então presidente dos Estados Unidos da América, Grower Stephen Cleveland, que proferiu sentença favorável ao Brasil, outorgando-lhe direitos definitivos sobre o chamado “Território das Missões”. Em homenagem a Grower Stephen Cleveland, Bela Vista de Palmas passou a chamar-se Clevelândia.

A primeira eleição municipal de Clevelândia foi em 21 de setembro de 1892, tendo como primeiro prefeito, Diogo de Souza Bello. No ano de 1950, conforme pesquisa do IBGE, Clevelândia tinha 53.977 habitantes, e atualmente o número se aproxima dos 17 mil. Com o desmembramento do município de Clevelândia, surgiram novos 22, e muitos destes, originaram outros.

Uma curiosidade na história de nossa cidade é sobre o andarilho São João Maria, que conviveu entre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Também peregrinou por esta região, e segundo alguns antigos, era um monge vindo da Itália, conhecido como São João Maria de Agostine. Entre várias versões, contam que viera mandado pelos seus superiores para cumprir penitência, levar a palavra de Deus e ensinar o Evangelho. Viajava a pé, descalço e viva da caridade das pessoas. Fazia benzimentos e ensinava o uso de chás de ervas, curando muita gente.

A primeira Igreja de Clevelândia foi construída em 1910. Era uma modesta construção de madeira com um bonito campanário. Foi demolida, após a construção do novo templo católico e com sua madeira construiu-se a capela de São José e Nossa Senhora dos Remédios. O novo e belíssimo templo católico, todo em pedra foi projetado e doado pelo arquiteto Rubens Meister.

Em 1945, o prefeito Crescêncio Martins conseguiu junto ao governo do estado a doação de um grupo gerador a óleo diesel, para iluminação pública da cidade de Clevelândia, substituindo o uso de querosene. Sua inauguração foi no mesmo ano, recebendo nome de Usina Governador Garcez.

Em 1936 foi fundado o Grupo Escolar de Clevelândia, e ocupava o lugar onde hoje se encontra o Paço Municipal. Em 1955 surgiu o Centro Estadual de Educação Profissional Assis Brasil, atualmente denominado Colégio Agrícola Estadual Assis Brasil, com Ensino Médio e Ensino Técnico Profissional.

Uma história cheia de vida, que se aqui poderia eu escrever páginas e páginas. Contudo, aqui estão alguns fragmentos do seu início, de uma época tão antiga quanto os sonhos de muitos que aqui ainda vivem.

Os Símbolos do Município de Clevelândia são sua Bandeira, criada em 1970, pelo Major Ramão Marques. Sua simbologia é a seguinte: duas faixas verdes entremeadas por uma faixa branca, representando o Rio Chopim; uma esfera azul no centro das três faixas, contendo a data do ano da criação do município (1982), em números amarelos, circundada por uma roda amarela dentada, representando a indústria; dois ramos de arroz unidos, representando a produção agrícola; três centelhas em amarelo, representando a energia elétrica fornecida pelo Rio Chopim.

Excelente para viver, esta é a Clevelândia de todos os clevelandenses, cuja história se confunde com a de muitas famílias que aqui viveram e ainda vivem. Um passado cheio de saudade, um presente forte de trabalho, e um futuro repleto de sonhos a serem realizados. Somente quem realmente conhece a sua história sabe dar o reconhecido valor que nosso centenário município merece.

Parabéns ao nosso querido município de Clevelândia, criticado por alguns, mas amado por muitos, pelos seus 126 anos. Vida longa!!!!

Fonte: GUIMARÃES, Regina. TOIGO, Rodrigo. TCC Prosa e Poesia à Clevelândia: Resgate e Criação. Centro Universitário Diocesano do Sudoeste do Paraná – UNICS. Palmas – PR, 2007. P. 13-20. Professora Orientadora: Luiza Josefina Varaschin.

Foto: Ano 1970. Praça Getúlio Vargas.

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