Colheita do feijão chega a 82%, aponta boletim agropecuário
À exceção dos últimos dias, quando as chuvas retornaram ao Estado, nas demais semanas o clima colaborou com a colheita, o que resultou em um produto de baixa umidade.
Com avanço dos trabalhos no campo em todas as regiões produtoras, nesta semana a colheita do feijão chegou a 82% dos 254 mil hectares cultivados no Paraná, e pode ser concluída nos próximos 10 dias. As informações estão no Boletim de Conjuntura Agropecuária, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, referente à semana de 7 a 11 de junho.
À exceção dos últimos dias, quando as chuvas retornaram ao Estado, nas demais semanas o clima colaborou com a colheita, o que resultou em um produto de baixa umidade. Porém, a grande maioria do feijão produzido é de grãos miúdos e de valores mais baixos. Das lavouras que ainda serão colhidas, 49% apresentam condições ruins; 34% médias e apenas 17% boas. Quanto às fases, 10% se encontram em frutificação e 90% em maturação.
O último levantamento realizado pelos técnicos do Deral indica uma quebra de 38% sobre as 504 mil toneladas de feijão estimadas no início da safra 2020/21. Porém, devido à longa estiagem que afetou a cultura em março, abril e maio, as perdas foram significativas e o volume de produção ficou reduzido para 310 mil toneladas.
No período de 31 de maio a 4 de junho, os produtores receberam, em média, R$ 264,00 pela saca de 60 kg de feijão-cores – aumento de 1,4% com relação à semana anterior – e o feijão-preto foi comercializado por R$ 243,00, uma redução de 2,5%.
A queda nos preços pode ser explicada pela baixa qualidade do produto colhido, além da redução no consumo e da entrada de feijão da Argentina, que destina boa parte de sua produção para o mercado brasileiro.
SOJA, MILHO E TRIGO – Apesar dos problemas climáticos praticamente durante toda a safra, a produtividade da soja paranaense foi a terceira maior dos últimos dez anos. Segundo os técnicos de campo do Deral, os produtores colheram aproximadamente 3.540 kg por hectare na safra 2020/21, em média.
Com relação ao milho, as chuvas que ocorreram nos últimos dias ajudaram a estabilizar as condições das lavouras da segunda safra. O relatório do Deral aponta que, da área a colher, 22% se encontram em boas condições, enquanto 46% estão em condições medianas e 32% em condições ruins.
Sobre o trigo, o boletim destaca o IPCA de maio. Os derivados do cereal que compõem a pesquisa acumularam 7% de alta, abaixo da inflação total do período (8%). O pão francês, item com maior participação entre os derivados de trigo, teve alta anual de 6% na pesquisa do IBGE, número corroborado pela pesquisa de Varejo do Deral, que apontou 7% de alta deste pão no Paraná. Os reajustes abaixo da inflação apontam a dificuldade de repasse dos preços para o consumidor final, pois os preços no atacado tiveram valorizações maiores, acima de 20%.
PROTEÍNAS ANIMAIS – Os técnicos também analisaram os dados da Pesquisa Trimestral do Abate, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostrou queda nos abates de bovinos no Paraná comparativamente ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, houve 10,6% de aumento na produção de carne suína no período. Com relação ao frango, o boletim do Deral aponta que, no primeiro quadrimestre, cresceu o volume exportado pelo Paraná (+6,8%).
OUTROS PRODUTOS – O documento traz ainda informações sobre a produção de batata no Paraná. O cultivo da segunda safra apresenta, para este ciclo, uma área estimada em torno de 12,2 mil hectares e volume estimado de 333 mil toneladas. A respeito da fruticultura, o destaque é a cultura da jaca. No ano passado, nas Ceasas do Paraná, foram comercializadas 94,7 toneladas da fruta, gerando R$ 290,3 mil em movimentação financeira.
Fonte: AEN