LEI MARIA DA PENHA COMPLETA 12 ANOS
Nesta terça-feira, 07, a Lei Maria da Penha completou 12 anos. Mas não há absolutamente nada a ser comemorado. Por quê? Cada vez é maior o número de mulheres assassinadas, seja por marido, ou por outros.
Há poucos dias, na cidade paranaense de Guarapuava, a jovem advogada Tatiana Spitzner morreu de uma maneira um tanto estranha. “Caiu” do 4º andar do prédio em que morava. Suicídio? Homicídio? Seu esposo, Luís Felipe Manvailer, é o principal suspeito. Vídeos apresentados em telejornais mostram, momentos antes da morte da jovem, discussão entre os dois. Cenas fortes em que o suspeito bate várias vezes na advogada.
Mas esse é só um caso. No DF outra mulher “caiu” de um prédio. Suspeito? Seu ex-marido. Ainda no DF, ex-marido matou a mãe de seus dois filhos, e depois cometeu suicídio. No Recife uma pastora fora morta pelo ex-companheiro da suposta namorada da vítima. E o caso Marielle Franco? Cinco meses sem solução alguma. Agora, sua esposa está sendo ameaçada de morte. E até quando isso tudo ocorrerá?
Cito aqui alguns casos recentes e famosos. Mas sabemos desses pela mídia, e quantos casos que não são citados? Crimes contra mulheres ocorrem diariamente, e pode ocorrer na casa ao lado, sem ao menos sabermos.
Mas quem sofre nas mãos do marido, namorado, ou seja lá quem for, não deve se calar. Mulher alguma merece sofrer violência, seja ela física ou verbal. Esqueçam a premissa de que se usa tal vestimenta merece tal reação. Isso é pensamento fraco que só leva a tragédias.
Em menos de 4 minutos o disque 180 recebe 1 relato de violência. É muito. Mas não devemos nos manter quietos. Quase 80 mil reclamações foram feitas só nos primeiros 7 meses de 2018. Os atendimentos mais comuns são relacionados a violências física e psicológica.
Denuncie. Não deixe casos de violência contra mulheres ficar empune. Se sabe de algo, ou se você é a vítima, ligue 180, ligação anônima, não se cale.
Lei Maria da Penha
Maria da Penha Fernandes, farmacêutica, cearense, sofreu várias agressões do marido, que tentou matá-la em 1983, com um tiro, deixando-a paraplégica. Posteriormente ele tentou eletrocutá-la. Ela denunciou, porém, nada de imediato ocorreu, pois a Justiça brasileira não possuía lei alguma que ficasse ao lado da mulher.
Sendo assim acionou a Justiça brasileiro no Comitê Latino Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher. O Brasil foi condenado pela omissão nesse caso e se comprometeu em reformular suas leis e políticas em relação à violência doméstica. Em 07 de agosto de 2006 passou a vigorar a Lei Maria da Penha, que protege a mulher de qualquer tipo de violência.