O MAL VOLTA A ATACAR A SOCIEDADE.
Olá leitores. Tudo bem? Hoje vamos falar sobre suicídio. Mas isso é uma tragédia programada ou instantânea? Este ano o mundo voltou a comentar sobre esse ato terrível contra a própria vida. Início de 2017. Notícias sobre um jogo virtual chamado Baleia Azul toma conta dos lares brasileiros. Pais com filhos adolescentes passam a se preocupar com isso. Mas se engana quem pensa que esse assunto é atual. Desde os anos 90 jogos que incentivam a realizar a própria morte, existem. Infelizmente com o proliferamento das redes sociais, o fato ganhou proporções inimagináveis.
Há notícias de jovens que cometeram suicídio no Brasil logo que a Internet foi lançada e com ela, sites incentivando tal ato. Outro grave influente foi a série 13 Reasons Why, baseada no livro homônimo, onde uma jovem comete suicídio e deixa 13 fitas K7s gravadas, explicando os motivos da sua morte.
Muitos adolescentes que passam por sérios problemas como drogas, indefinição sexual, falta de apoio familiar, abusos, bullying, tendem a estar mais fragilizados e sem um acompanhamento por parte da família ou psicológico, as chances de chegar a tal ponto aumenta drasticamente. Segundo pesquisas recentes, 36% dos jovens apresentam sintomas pré-suicidas.
Há poucas semanas uma jovem do Acre, Bruna Borges, 19, transmitiu ao vivo, via rede social, seu suicídio, deixando não apenas amigos e parentes perplexos, mas um país todo. Em seu perfil de Facebook, horas antes, postagens depreciativas à vida foram feitas por ela. Dois dias após o ocorrido, seus pais foram encontrados mortos. Cartas foram encontradas, mas seus conteúdos não foram divulgados.
O suicídio é um enigma para muitos pais, psicólogos e professores, pois na dita melhor fase da vida, muitos adolescentes tendem a tirá-la. O ambiente escolar que deveria apenas ensinar, muita vezes traz a depressão e o pânico, visto que muitos são os colegas que fazem de tudo para alimentar a discórdia naquele local.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 800 mil suicídios foram registrados em 2015 em todo o mundo, dos quais 75% em países de média e baixa renda. O Brasil ocupa a 8ª posição no ranking de países com maior incidência de suicídios, ultrapassando o número de 12 mil casos por ano.
Em recente pesquisa divulgada no G1.com, homens, idosos e adolescentes de baixa escolaridade estão entre os maiores números de suicidas. E o que fazer para evitar esse grande mal que afeta nossa sociedade? Atenção, conversas diárias, auxílio médico. É notável que vivemos em um mundo em que cada vez mais as pessoas, sejam crianças, jovens ou adultos sentem-se solitários, e assim, andam por caminhos obscuros e o final pode ser irreversivelmente trágico. Mais amor, mais paz, menos ódio, menos guerra. Mais vida ao mundo.
RODRIGO ANTONIO TOIGO
Professor e acadêmico de Jornalismo.