Paraná pode perder 60 mil empregos formais em apenas 15 dias de quarentena
Em 15 dias úteis de paralisação, por causa da pandemia de coronavírus com a redução da atividade econômica, as estimativas decorrentes do isolamento social mostram que o Paraná pode perder cerca de 60 mil empregos formais. Isso representa uma diminuição de 1,65% do rendimento do trabalho formal. A redução da produção de rende gira em torno de 2,2%. As informações fazem parte de um trabalho feito pelo professor Umberto Antonio Sesso Filho, do Departamento de Economia do Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA), da Universidade Estadual de Londrina, que integra um grupo de pesquisadores que levantam e estudam o cenário econômico e seus segmentos produtivo
A maioria dos postos de trabalho perdidos está entre trabalhadores que têm ensino médio. São cerca de 35 mil pessoas desempregadas. Em segundo lugar, os que têm nível fundamental (17.500), seguidos dos que têm nível superior (8 mil trabalhadores). Ao todo, de acordo com a pesquisa, desapareceriam 7.924 empresas, sendo, 7.800 micro e pequenas e 120 médias e grandes.
Segundo o professor, os setores com maiores perdas no estado do Paraná seriam o comércio, atividades imobiliárias, indústria automobilística e peças, refino de petróleo, transporte terrestre, alimentação, organizações associativas e outros serviços pessoais e produtos químicos.
Em Londrina – Dos 60 mil empregos formais perdidos, a estimativa mostra que 3.000 estão em Londrina, sendo 1.700 trabalhadores com nível médio, 800 com ensino fundamental e 500 com nível superior. O impacto econômico do isolamento social atingiria 170 micro e pequenas empresas londrinenses. “No caso de ações do governo [municipal e estadual] para garantir emprego e renda, o efeito negativo na economia será menor [do que a simulação apresenta]. Caso a quarentena dure mais tempo, os efeitos são cumulativos”, explica o professor. A simulação para o estado e Londrina considera 15 dias úteis de paralisação, provocados pelo isolamento social por causa da pandemia de COVID-19. Para a simulação são usadas informações como número e tamanho das empresas, número de empregados e renda.
Equipe da pesquisa – O professor Umberto Antonio Sesso Filho, da UEL, divide o trabalho com os professores Ronaldo Rangel, da Fundação Getúlio Vargas (FGV); Paulo Brene, da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP); e Luan Bernardelli, da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR). A simulação foi realizada pela Matriz Insumo Produto e considera dados do Ministério do Trabalho e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Medidas dos governos – Entre as medidas do governo do Estado para amenizar os prejuízos econômicos causados pela pandemia e pela quareneta, foi anunciada a manutenção dos contratos com as empresas terceirizadas, desde que mantenham os vínculos com os trabalhadores e ampliação da utilização dos recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza e aumenta para 10% o limite de recursos do Orçamento que poderão ser remanejados. A Fomento Paraná renegociou mais de 520 contratos de microcrédito em pouco mais de uma semana, desde o lançamento do pacote de apoio a empreendedores informais, MEI, micro e pequenas empresas para preservação de empregos e salários. O volume é três vezes maior do que a média mensal de renegociações realizadas ao longo de 2019. A Fomento Paraná também recebeu mais de 10.000 propostas de financiamento. O número representa duas vezes o volume total de operações contratadas durante todo o ano de 2019, quando a instituição bateu o recorde em contratações de microcrédito, com 5.361 empreendimentos beneficiados.
O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul contabilizou 735 pedidos de financiamentos no Paraná desde o anúncio do pacote econômico. O montante das solicitações, que já supera R$ 1 bilhão, é superior ao valor de todos os pedidos espontâneos registrados em 2019. A estimativa é de que pelo menos R$ 500 milhões serão supridos por linhas próprias do BRDE.
Fonte: www.bemparana.com.br