POR BETTO ROSSATTI: BEBER E DIRIGIR É REGRA NO BRASIL, NÃO EXCEÇÃO.

O último estudo oficial sobre o tema foi realizado no Brasil em 2007, e recentes levantamentos feitos no Rio de Janeiro e São Paulo indicaram a extensão da tragédia. Em 40% dos casos de acidentes no trânsito com morte, seus protagonistas ou vítimas haviam bebido doses cavalares de bebidas alcoólicas. Outro número, já conhecido da maioria, indica que a cada 13 minutos uma família chora no Brasil a perda de um membro em acidentes. A legislação brasileira evoluiu bastante nos últimos anos, mas ainda é uma das mais permissionárias do mundo. É preciso avançar mais, e punir com rigor os motoristas que se arriscam a beber  e dirigir.

Nos Estados Unidos tem o caso emblemático do motorista de caminhão Boby Jose Stovall, de 54 anos, que foi preso no Texas após um acidente em que estava embriagado. Apesar de ninguém sair ferido do acidente, esta foi a nona vez que Stovall fora preso por embriaguês ao volante. O juiz o sentenciou a prisão perpétua,  e ele está preso desde 2009.

No Brasil, nossos motoristas matam e dificilmente ficam presos. Respondem quando muito, processos por homicídio culposo, e raramente são condenados.  Um motorista que dirige bêbado, e um cidadão que sai pela avenida Tupi disparando um revólver a esmo, por analogia, se acabarem por matar alguém, deveriam responder por homicídio culposo, porque assumiram o risco de matar. Mas via de regra, não tem sido este o entendimento de nossa Justiça brasileira.  É preciso que o Brasil trate com mais severidade motoristas que bebem e colocam-se atrás de um volante. Cadeia, multas pesadas, e perda do privilégio de dirigir parecem ser bem adequadas a estes casos.  Estes motoristas têm que ser retirados de circulação com urgência.

Roberto Ivan Rossatti

É Jornalista da Fundação Cultural Celinauta

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