Professora emite nota de repúdio após descobrir que material histórico doado para o Museu Municipal foi parar em um depósito

A professora da rede estadual de ensino, Alice Kachuki realizou entre os anos de 2012 e 2013 através do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, ofertado pela Secretaria de Educação do Estado, um levantamento histórico relacionado ao cultivo e a extração da madeira denominado “CLEVELÂNDIA/PR E A CULTURA DA MADEIRA: UM OLHAR DIFERENTE SOBRE O EXTRATIVISMO VEGETAL E A HISTÓRIA ” , da pesquisa além de diversas informações, resultaram um acervo fotográfico impresso em banners que posteriormente foram doados ao Museu Municipal, porém ao perceber que o local que abrigava o museu estava sendo utilizado para outro fim, a doadora buscou informações sobre o material doado e resgatou-o de um depósito. Em nota publicada na rede social Facebook, a professora reclamou o descaso com o patrimônio histórico do município.

Leia:

“NOTA DE REPÚDIO
A cultura de um povo é o seu maior patrimônio.Preservá-la é resgatar a história, perpetuar valores,é permitir que as novas gerações não vivam sob as trevas do anonimato. Nildo Lage

Eu, Alice Kachuki, Professora da Rede Pública do Estado do Paraná,com lotação no Col. Abílio Carneiro – EFMP, venho a público externar minha insatisfação e lamento com o descaso ao resgate e preservação da Memória Histórica da “meiga terra” de Clevelândia/Pr.
A secretaria de Educação do Estado , SEED, oferta aos professores da Rede uma formação continuada denominada PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional.
Realizei a mesma entre os anos de 2012/13, na UNICENTRO de Guarapuava/PR sob a Orientação do Professor Doutor Jó Klanovizck, sendo minha formação em História, optei pela linha de pesquisa em História Ambiental,. desenvolvi o projeto do curso com o tema CLEVELÂNDIA/PR E A CULTURA DA MADEIRA: UM OLHAR DIFERENTE SOBRE EXTRATIVISMO VEGETAL E HISTÓRIA através de fotografias.
Após a pesquisa apresentei o resultado em banners e considerando acervo histórico, fiz doação dos mesmos ao Museu do Município.
Meu repúdio se dá pelo fato que o Museu foi desativado e meu trabalho foi “guardado” num depósito. O espaço do museu está atualmente abrigando salas de atendimento e vendendo artesanato.
Ao perceber que o trabalho não estava mais exposto, procurei os órgãos competentes e depois de respostas : “não foi comigo” , não estou mais lá,” vou verificar e retorno” , descobri estarem numa “salinha”. Ao buscá-los o funcionário deu um recado da Secretária de Educação, “ se por acaso eu queria deixar os banners que seriam colocados em outro local”,
– Como assim? – se fosse para ser transferido de local, já devia ter sido feito ! Essa sugestão só surgiu depois da minha procura pelos mesmos. Recolhi os banners e manterei na Instituição de Ensino pela qual sai para a formação – Col. Abílio Carneiro –EFMP .
Infelizmente nossa cidade centenária sofre com o descaso `a sua História e a mesma vai perdendo sua memória.
“Um povo que preserva sua história, sua memória e seus habitantes, está possibilitando diretamente uma construção de futuro para com sua gente e sua Cultura. E por mais que estejamos em outro tempo (com a tecnologia de ponta, as novas mídias, a internet, era digital, etc.), um povo se torna “rico” mantendo seus traços e requintes culturais dos seus antepassados- fazendo um encontro do velho com o novo, do erudito com o popular, do local/ regional com o nacional, da literatura com os causos regionalistas, do simples com o complexo”.Joelson Ramalho Rolim ”

Alice Kachuki

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