Sem casa própria, famílias de Clevelândia invadem área no perímetro urbano.
Cerca de 40 famílias em total vulnerabilidade social estão passando dia e noite acampados em pequenos barracos que construíram numa área de terra localizada aos fundos do bairro Goitacaz. No espaço que está ocupado desde o último dia 07, ruas já estão sendo abertas com a colaboração das pessoas que reuniram uma quantia em dinheiro para custear o trabalho da máquina, e os lotes medindo 300 metros quadrados cada, também já foram demarcados com fios e cordas. Segundo os ocupantes, a área de terra não é utilizada há aproximadamente sete anos, e durante os dias em que se encontram no local, ninguém reclamou a propriedade.
Nenhum ocupante possui casa própria e todos reclamam da dificuldade em se manter no aluguel, pois a maioria deles está sem trabalho, não possuindo renda. Grande parte da ocupação é composta por mulheres e crianças que se encontram residindo em barracos de lona para garantir seu pedaço de terra, e a situação no local é precária, para beber água por exemplo, as famílias recorrem a uma vertente da qual não se sabe ainda se é apropriada para o consumo.
Segundo os líderes do movimento Gilberto Moreira, João Carlos e Claudemir Correia, o objetivo da ocupação é garantir um terreno para que cada família carente possa se instalar e sair do aluguel, podendo criar raízes e buscar por uma melhor condição financeira com mais tranquilidade; Gilberto afirmou ainda que muitas das famílias que estão ocupando o espaço estão passando por sérias dificuldades não tendo ao menos renda para garantir a alimentação diária dos filhos, o que foi confirmado por uma ocupante ao relatar a reportagem que possuía pouco alimento para oferecer aos filhos no dia de hoje.
A liderança da ocupação afirmou que esperava uma visita dos órgãos competentes mas que até o momento ninguém ligado a assistência social ou a administração municipal procurou tomar conhecimento da situação das famílias, e ainda não sabem se há possibilidade de receberem alguma ajuda.
A ocupação é pacífica e os líderes convidam as autoridades locais para os visitarem e conferirem em loco a situação dos ocupantes, o convite se estende ainda a quem queira colaborar com doações para as famílias.