União de forças permitirá ao Paraná vencer no mercado de proteína de origem animal
Esse foi um dos assuntos do evento online que discutiu as oportunidades que se oferecem para ampliar o mercado das proteínas de origem animal do Estado, após a certificação de área livre da febre aftosa sem vacinação e de livre da peste suína clássica autônoma. Evento contou com participação de vários atores da agropecuária nacional.
Como aproveitar as oportunidades que se oferecem para ampliar o mercado das proteínas de origem animal do Paraná após a certificação de área livre da febre aftosa sem vacinação e de livre da peste suína clássica autônoma. O tema reuniu dezenas de dirigentes de entidades, servidores públicos, deputados e produtores na tarde de quarta-feira (02), em um evento pela internet.
“Caminhamos juntos até agora para superar um trauma histórico, superar uma enfermidade importante no comércio mundial e nosso desafio é caminhar juntos daqui para frente”, afirmou o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
Segundo ele, há duas vias a serem percorridas. A primeira tem em vista aprofundar estratégias de manutenção do status e a segunda, aproveitar, de forma inteligente, todas as oportunidades que se abrirem. “Temos de entender os protocolos sanitários e técnicos comerciais de cada país, para aproximar ainda mais os potenciais exportadores e ter abordagem mais qualificada no mundo”, disse.
Ele salientou que os certificados melhoram o posicionamento paranaense em toda a cadeia de proteína de origem animal, que o Estado já lidera, e também destacou dezenas de empreendimentos em construção ou que estão anunciados. Em frangos, a produção hoje é de 2 bilhões de cabeças e deve ampliar imediatamente para 2,2 bilhões.
O vice-governador Darci Piana ressaltou a importância do reconhecimento da qualidade das proteínas produzidas no Paraná. “Podemos participar do mercado internacional, principalmente vender para países que compram carne selecionada e que têm condições de pagar preços melhores, afetando diretamente o nosso lucro, a participação no mercado e o crescimento do setor agropecuário no Estado do Paraná”, afirmou.
FAZER NEGÓCIOS – Na suinocultura, são 10 milhões de cabeças anuais, com possibilidade de chegar a 18 milhões em cinco anos. A produção de peixes, que o Paraná lidera, pode aumentar entre 15% a 20% ao ano. O Estado prevê, ainda, crescer em carne bovina, produção ainda pequena, e se qualificar na cadeia de lácteos.
“Todos trabalhamos para obter o certificado não apenas para enfeitar as paredes, mas para fazer negócios, produzir mais, vender mais para o mundo, trazer recursos para o Brasil e melhorar os preços para os produtores”, disse o secretário da Agricultura.
O presidente da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, fez um apelo para que cada um dos órgãos tenha atenção, sobretudo, na vigilância, fiscalização e prospecção de mercado. “Temos adidos agrícolas nas embaixadas e temos de colocar para nos ajudar a abrir mais mercado”, disse. “Nós assumimos compromisso de continuar produzindo dentro dos padrões que o mercado internacional exige.”
DIFICULDADES – Um bom planejamento e produção de carne de primeiríssima qualidade são necessários para que as oportunidades possam ser devidamente aproveitadas, alertou o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken. “Temos de ter consciência de que não existe espaço vazio, tudo o que formos conquistar vai ser a duras penas, inclusive deslocando alguns concorrentes”, afirmou.
Qualidade também foi salientada pelo presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares (Fetaep), Marcos Brambilla. “Uma série de desafios virão, vai ser natural enfrentar isso, mas temos muita confiança nas instituições e no profissionalismo das pessoas”, destacou.
Tarcísio Kroetz, que representou a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e várias entidades da indústria de proteína animal, reconheceu que há fortes concorrentes no mercado internacional. “Mas o Paraná acabará vencendo mais uma vez e continuará sendo o maior exportador de frango do Brasil, que é o maior exportador de frango do mundo”, acentuou.
ALICERCES – No evento, o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Geraldo de Moraes, apresentou um histórico de ações para garantir que todo o País esteja livre da peste suína clássica e alcance o status de livre de febre aftosa sem vacinação. “O Paraná teve esta conquista, mas esperamos que não perca a visão de País, contamos com a participação para a gente avançar em termos de Brasil”, pediu.
GARANTIA – O secretário Norberto Ortigara reafirmou que o Paraná vai participar desse esforço nacional de garantia de sanidade animal. O presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins, também confirmou essa posição. “Precisamos manter a união para manter o status”, apelou. Segundo ele, o apelo envolve também a União, visto que um dos problemas sérios está na fronteira entre Brasil e Argentina, onde a atuação da Polícia Federal é determinante.
O gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, destacou a necessidade de todos estarem atentos a três importantes alicerces para a manutenção do certificado: vigilância sanitária, controle de trânsito animal e cadastro do rebanho. “Também precisa da participação da sociedade, dos conselhos municipais de sanidade, de veterinários da iniciativa privada e tem de trazer o produtor para junto da Adapar”, propôs.
Fonte: Agricultura PR.