Valor Bruto da Produção Agropecuária cresce 21% em 2020 e alcança R$ 128,3 bilhões
Levantamento é do VBP de 2020. Dados preliminares municipais serão publicados no Diário Oficial nesta sexta-feira (23) e ficarão disponíveis no site da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. Índice é um dos parâmetros para o Fundo de Participação dos Municípios.
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná em 2020 ultrapassou R$ 128,3 bilhões, de acordo com relatório preliminar que será publicado nesta sexta-feira (23) no Diário Oficial do Estado e ficará disponível no site da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. Os números levantados pelo Departamento de Economia Rural (Deral) representam um crescimento real de 21% em relação ao valor de 2019. Em termos nominais, o acréscimo é de 31%.
“Em que pese a pandemia e as condições climáticas não tão favoráveis, a produção agropecuária paranaense foi bastante razoável e os preços acompanharam boa parte da evolução das principais commodities do mundo, o que trouxe renda para os agricultores e esse crescimento expressivo”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
O VBP contempla aproximadamente 350 itens. Os dados são levantados ao longo do ano com pesquisas semanais de preços e das condições de lavoura, culminando com esse levantamento mais específico de itens diversificados da fruticultura, floricultura, silvicultura e uma ampla gama de produtos animais e vegetais que refletem o setor rural do Estado.
Além de traçar o panorama da produção agropecuária e do valor que isso representa para o Estado, o levantamento tem importância fundamental para os municípios. “Esse índice é utilizado para compor o Fundo de Participação dos Municípios”, ressaltou a responsável pela elaboração do relatório, Larissa Nahirny. “O índice representa 8% da cota-parte dos municípios”.
Segundo ela, a partir da publicação das informações preliminares no Diário Oficial, os dirigentes municipais são convidados a analisar e, caso desejem, podem entrar com recurso fundamentado para impugnar ou questionar algum dado relacionado ao desempenho agropecuário. O prazo é de 30 dias a contar da publicidade oficial. Após isso, o Deral divulga o resultado final do VBP de 2020.
O chefe do Departamento de Economia Rural, Salatiel Turra, afirmou que o VBP mostra, de forma destacada, os produtos que são referências nos municípios paranaenses. “O Estado atingiu a maior marca da história em termos de VBP”, comemorou. O número total foi de R$ 128.350.088.292,14 contra R$ 98.083.037.807,07 em 2019. “Esse número é importante e traz uma representação das potencialidades e diversidades que o Estado tem”, completou Turra.
TRIGO – Preliminarmente, o que se observou é que os grãos e as grandes culturas do Estado encabeçaram o crescimento, com variação real de 31%, passando de R$ 38,5 bilhões em 2019 para R$ 54,3 bilhões no ano passado. Nesse segmento, o trigo teve o melhor resultado, com aumento de 87% no VBP, alcançando R$ 3,5 bilhões.
No setor pecuário, a alta real de 21% também foi expressiva, saltando de R$ 48,7 bilhões para R$ 63,7 bilhões. O valor de bezerros apresentou maior crescimento porcentual, com 49% de elevação, firmando-se em R$ 1,5 bilhão. Suínos e bovinos de corte tiveram, ambos, aumento de 29%, enquanto o faturamento do frango de corte subiu 17% em 2020 comparado com 2019.
As frutas também apresentaram índice positivo no Valor Bruto de Produção, com 10% de crescimento real. Nesse segmento, destaque para as tangerinas, que atingiram o índice de 99%, passando de R$ 122,8 milhões para R$ 263,8 milhões. O morango evoluiu 17% e rendeu R$ 259,8 milhões.
ERVA-MATE – As hortaliças, cuja produção foi castigada pela estiagem, não tiveram o mesmo desempenho. A redução real ficou em 22%, com o VBP caindo de R$ 4,6 bilhões em 2019 para R$ 3,9 bilhões no ano passado. No segmento, os produtos que mais sofreram foram o repolho (-41%), o tomate (-35%) e a batata inglesa (-26%).
Os produtos florestais também apresentaram baixa nos valores de produção. Em 2019, tinham conseguido cerca de R$ 4,3 bilhões, mas houve redução para pouco mais de R$ 4,2 bilhões, ou seja, 10% a menos. Mas, nesse segmento, a erva-mate em pé se destaca com crescimento de 6%, passando de R$ 656 milhões para R$ 753 milhões. Já as flores e plantas ornamentais tiveram redução real de 6%.
Confira o Boletim de Conjuntura Agropecuária
GRÃOS – Entre os demais produtos abordados no boletim estão o feijão, que registra queda nos preços e retração nas principais praças de consumo do País; e o milho, cuja segunda safra paranaense avança para a fase final e intensifica a colheita na próxima semana. As exportações do Complexo Soja no Paraná no primeiro semestre de 2021 somaram 7,97 milhões de toneladas, com um volume financeiro de US$ 3,32 bilhões. Quanto ao trigo, o boletim analisa o reflexo das geadas nas lavouras.
MANDIOCA, BATATA E OLERICULTURA – Acredita-se que a maioria dos produtores de mandioca ainda vai concentrar os trabalhos no novo plantio da safra de 2021/22 em detrimento à colheita, como forma de reduzir a oferta de mandioca às indústrias, na expectativa de melhoria nos preços.
Com relação à segunda safra de batata no Paraná, das 319 mil toneladas estimadas, 266 mil (83%) toneladas foram comercializadas até o momento. Há também previsão de perdas na olericultura devido às geadas.
AVICULTURA, OVOS E LEITE – Os dados da avicultura analisados no documento do Deral mostram que, no Paraná, em junho de 2021, a alimentação das aves custou R$ 3,87/kg, resultado 3,7% menor em relação a maio, cujo valor foi de R$ 4,02/kg, representando 75% do total de gastos com a criação de frangos de corte. Destaca-se também a alta nas exportações brasileiras de ovos no primeiro semestre deste ano.
De acordo com dados levantados pelo Deral, o preço do litro do leite recebido pelos produtores tem se elevado. Na comparação com os valores levantados entre o mês de junho e a semana de 12 a 16 de julho, o valor do litro do produto subiu 7,3%, passando de R$ 2,06 para R$ 2,21.
Fonte: Agricultura Paraná.