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Clevelândia: Prefeita Rafaela Enfrenta Resistência ao Tentar mais um Empréstimo de 4 Milhões de reais

Vereadores defendem a compra de maquinários, já a proposta da prefeita previa a obtenção de recursos de maneira livre para depois ser contratada uma empresa terceirizada.

A Sessão de ontem da Câmara de Vereadores de Clevelândia foi palco de mais uma fervorosa discussão envolvendo um novo pedido de empréstimo, agora de 4 milhões de reais que a prefeita buscou na justificativa de usar o recurso para o cascalhamento de estradas rurais. No ano de 2023 já são três pedidos de empréstimos feitos pelo poder Executivo.

A proposta, que recebeu parecer contrário pelas comissões da câmara de vereadores, foi agravada com a publicação do Decreto de Contingenciamento número 274/2023, emitido pela própria prefeita Rafaela. Este decreto de contingenciamento de despesas foi expedido devido a uma orientação do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, o qual proíbe, de forma categórica, a aquisição de novas despesas, incluindo a obtenção de empréstimos e outras operações que aumentem a dívida do município que já está elevada.

Diante de tal situação, a equipe da prefeita Rafaela optou por uma estratégia de comunicação nas redes sociais, tentando retratar os vereadores Elizário, Lúcia Ferri, Jorge Stédille, Tino e Pedrinho Kleinibing como opositores ao agronegócio, devido ao fato deles terem apresentado um projeto alternativo. No entanto, os vereadores argumentam que a principal preocupação é evitar um aumento nas dívidas do município, que já enfrenta uma situação financeira delicada, ainda somado ao fato de que o Governo do Estado já garantiu 600 mil reais para este fim após levantamento feito pela equipe de engenharia.

Os vereadores citados criticam a postura da prefeita, destacando que o Decreto 274 contradiz diretamente a busca por um empréstimo de 4 milhões de reais. A decisão de contingenciar despesas, segundo eles, deveria ser seguida de uma abordagem mais cautelosa quanto às finanças municipais e, neste momento, contratar uma empresa terceirizada para fazer a manutenção das estradas não seria a melhor solução pois a manutenção das estradas do interior é um serviço constante que precisa ser feito ano após ano.

A proposta alternativa dos vereadores, foi apresentada através um projeto para liberar os 4 milhões de reais desde que o recurso fosse direcionado à aquisição de maquinários para revitalizar o parque de máquinas do município, que encontra-se defasado, isso permitiria a compra de uma motoniveladora (patrola), uma retroescavadeira, um rolo compactador e dois caminhões caçamba, investimentos considerados mais sustentáveis e duradouros, para os bens ficarem em poder do município para os próximos anos.

Em tribuna o vereador Pedrinho Kleinibing disse temer que este alto valor seja gasto agora e nas próximas chuvas do ano que vem as estradas precisarão novamente de reparos e a prefeitura não terá máquinas disponíveis, porém com esta conta ainda para pagar ao longo de 10 anos que no montante final o valor bate na casa dos 8 milhões de reais devido a taxa de juros ser na casa de 20% ao ano.

O embate reflete diferentes visões sobre o desenvolvimento municipal, com alguns vereadores defendendo uma abordagem financeiramente responsável diante das limitações do município. A população local observa atentamente esse impasse, ciente das implicações que a decisão terá no futuro de Clevelândia, enquanto a prefeita Rafaela enfrenta crescentes críticas por sua gestão e prioridades.